quinta-feira, 26 de julho de 2012

Cômodas reformadas



Quando me mudei para o atual endereço, havia no meu quarto uma cômoda velha e cheia de broca, abandonada pela última moradora. Passei alguns minutos olhando pra ela, e notei que tinha uns traços bonitos, escondidos sob uma espessa camada de verniz extrabrilho. Mas a decisão de adotá-la entre meus pertences veio mais pela péssima divisão interna do guarda-roupas do quarto, que não caberia as minhas cositas, do que pela beleza que o móvel escondia.

Decidida a reciclar a cômoda, comecei a pesquisar em blogs o passo-a-passo para a recuperação de móveis, além de garimpar zilhares de imagens de cômodas antigas em cores berrantes, pois ainda não havia escolhido que cor teria a minha. Apesar de passar vários dias sonhando com uma cômoda amarelo-gema-de-ovo, optei por um tom fechado, que considerei ter um menor risco de enjoar em menos de um ano de uso. Foi assim que decidi por um tom de berinjela! A Maura Braga se empolgou, e resolveu pintar a dela também, de branco.

Como comentei no post anterior, descobri que as fotos que tirei pensando em algum dia escrever o blog não são  muito esclarecedoras no quesito passo-a-passo: vou me esforçar pra explicar como a transformei. Mas sem ilusões... não tenho fotos do antes!

O que usei:
  • Removedor Pintoff
  • Cupinicida em spray (usei um que se chama Pentox)
  • Lixas para madeira n° 150, 320 e 400 (quanto maior o número, mais fina a lixa)
  • Fita crepe e jornal (para evitar bagunça)
  • Espátula de metal
  • Pincel do tipo trincha
  • Rolinho de espuma
  • Fundo preparador
  • Tinta para madeira (usei Coralit)
  • Massa corrida (de parede mesmo)
  • Papel Contact branco liso
  • Aguarraz (para limpar pincel, rolinho e as mãos)
  • Máscara e luvas
Quando mandei preparar a tinta (na cor escolhida), ainda não estava disponível a tinta para madeira à base de água no sistema de fabricação da cor, o que me obrigou a optar por tinta e fundo preparador à base de solvente. Recomendo usar a tinta à base de água, pois dá menos trabalho para limpar e bem menos odor.

O primeiro passo foi tratar a madeira com o cupinicida, seguindo as instruções da embalagem, inclusive no tempo de espera antes de pintar. Vencida esta etapa, utilizei o Pintoff pra remover todo o verniz do móvel. Esta fase preferencialmente deve ser realizada ao ar livre, com uso de máscara e luvas, pois o cheiro do removedor é muito forte. Apliquei o produto com um pincel, colocando uma camada bem generosa sobre toda a área que pretendia deixar sem verniz. Após alguns minutos, o verniz vai descascando, ficando assim:

Além da madeira, removi o verniz também dos puxadores. Após o verniz "craquelar", utilizei espátula metálica para retira-lo, na madeira, e um pedaço de lixa, palha de aço, estilete e muita paciência nos puxadores. Para minha grata surpresa, os puxadores são dourados, e a madeira do tampo e das frentes das gavetas, muito bonita e resistente, sem pontos de broca. Depois que a madeira ficou seca, usei uma lixa n°150 para retirar qualquer resquício de verniz. Ela ficou assim:

Pena que a madeira linda, com cara de móvel antigo de fazenda, está somente no tampo e nas frentes das gavetas. As laterais são de pínus, e não são bonitas, o que me obrigou a completar a tarefa de pintar a cômoda. As imperfeições da madeira, como furos de broca e arranhões profundos foram cobertos com um pouco de massa corrida e lixados. Tratei de proteger o piso com jornal, e cobri os puxadores com fita crepe:


Passada esta fase, dei início à pintura. Comecei por uma demão de fundo preparador, que evita que a madeira absorva a tinta de forma desigual, o que provocaria manchas na pintura, além da necessidade de mais demãos de tinta. Deixei secar de um dia para o outro, e o resultado foi este:

Aí começam as sessões de lixamento... Chega a cansar. Usei sobre o fundo preparador uma lixa n°320. Em seguida, a primeira demão de tinta:

Foram quatro demãos, com uso de lixa n°400 entre as três primeiras. Depois de secar bem, encapei as gavetas, por dentro, com papel contact branco, para dar um acabamento melhor, além da sensação de "limpeza". O resultado pode ser conferido abaixo:

A cômoda da Maura tem uma imagem do "antes", faltando algumas gavetas, e uma do depois (que eu fiz hoje):

A dela teve os puxadores trocados.


Espero ter conseguido explicar direitinho como se faz. Quem sabe vocês se animam a recuperar ou modificar um móvel antigo? Mãos à obra!




segunda-feira, 16 de julho de 2012

Espelho do hall dos quartos

Há muito tempo eu venho tentando fotografar as fases de cada vez que eu me viro com alguma coisa, pois a ideia do blog já é antiga. A parte boa, é que eu tenho material pra alguns posts. A parte ruim é que agora que estou escrevendo o blog percebi que não fotografei muito o "passo a passo", o que complica um pouco mostrar como cada item foi confeccionado/modificado. Sendo assim, já adianto que nestes primeiros posts me esforçarei a compensar em texto o que falta em imagens...



Pra começar, vou mostrar um espelho de parede, cuja ideia foi desenvolvida em conjunto com minha amiga (também arquiteta) com quem divido o apartamento, Maura Braga. Aqui tem um "hall" de quartos em vez de um corredor, e costumamos nos arrumar pras baladas em frente a este espelho, que nos mostra de corpo inteiro, e por estar num "cômodo" pequeno e todo branco, permite até iniciar a maquiagem (normalmente finalizada no espelho do banheiro, com mais luz).

Foi simples de executar. Usamos dois espelhos destes que encontramos em supermercados, que a Maura tinha acumulados de ex-moradoras que os abandonaram... O material utilizado foi:

  • Dois espelhos de 30x90cm


  • Fita dupla-face de alta resistencia  

  • Fita-espelho (cerca de 3,5m)
Aqui usamos uma que tem espelhos de 1x1cm. Em Belo Horizonte encontro desta fita à venda na Galeria do Ouvidor e em casas especializadas em artesanato.

  • Cola de contato (daquelas de sapateiro) em bisnaga
A fita usada foi a que tem os espelhos com 1x1cm. Aqui em Belo Horizonte é possível compra-la em casas especializadas em artesanato, como as da Galeria do Ouvidor, e também nas especializadas em isopor, pois a fita é utilizada em produtos para decoração de festas infantis.

O primeiro passo foi retirar os espelhos de suas respectivas molduras, rasgando o papel craft que fica na parte de trás do espelho. Depois marcamos a altura em que os espelhos deveriam ser fixados, de forma a mostrar-nos de corpo inteiro. Colamos a fita dupla-face na parte de trás dos espelhos e os fixamos, um ao lado do outro, no local marcado. Apesar de haver "emenda" nos espelhos, isto não atrapalha a sua utilização. O espelho foi colado diretamente na parede.

Concluída a fixação, partimos para a execução da moldura. Colamos, com cola de contato, a fita espelhada no borda de todo o espelho. Como a cola de contato tem cheiro forte, talvez seja necessário usar uma máscara, ou simplesmente preparar-se de fazer a colagem por etapas. Eu colei cerca de 30cm por vez, até porque não é possível colar com rapidez, pois a fita tende a esticar durante a colagem e deixar os espelhinhos fora do alinhamento, então é preciso colar com calma e fazer um pouco de força para que a fita fique firme, sem escorrer (cuidado para não passar cola demais). 

A fita tem emendas, geralmente feitas em fita crepe no verso, e com espelhos com menos de 1cm no sentido do comprimento. Na execução deste espelho utilizei estes "retalhos" para acertar a moldura, pois os espelhos não tinham uma medida muito exata. Portanto, ao trabalhar com a fita espelhada aconselho guardar estas sobras para possíveis arremates.

O resultado final é o da foto abaixo. O móvel branco também revestido de fita espelho é assunto para outro post! Espero que gostem!


sexta-feira, 13 de julho de 2012

Inaugurando...

Era para se chamar "Tea with me!", pois o anseio é fazer um blog para compartilhar experiências de DIY (Do It Yourself - Faça você mesmo), já que eu vivo resolvendo umas coisas e repasso aos amigos. A tradução "literal" do título seria "Chá comigo!". Mas o domínio não estava disponível... então entrou a segunda versão: Tá! Eu me viro! Afinal de contas, anos morando fora do aconchego do lar paterno (e materno também) serviram para que eu aprendesse a me virar numa série de demandas. Um blog escrito por uma arquiteta, que é cantora, está aprendendo a tocar violão, trabalha num banco, gosta de artesanato, decoração e descobriu o poder da moda há pouco tempo (sério!). Isso sem falar nas maquiagens! Então, os posts terão um pouco de tudo, inclusive a dúvida: será que vou dar conta de manter um blog com esse mundo de atividades? Veremos! Afinal... Tá! Eu me viro!